domingo, 20 de março de 2016

A Veces Llegan Cartas - Raphael

Não ou quase não. As cartas que agora chegam, recebo-as sempre com um ar de indisfarçado descontentamento, quando não, tristeza, aborrecida surpresa ou inquietação. Agora chegam ( muitos, muitos a entupir as caixas de correio electrónico), os mails. Onde ficou o prazer de receber uma carta?? Lá longe, longe, nos confins da memoria.De uma memoria suave com cheiros a baunilha e alfazema.Dopapel, a memória sensitiva e táctil de veludos já gastos pelo tempo. Brilhos nos olhos. Ou lágrimas. Mortes, nascimentos, saudades,zangas ,tristezas e alegrias,amores e desamores, tudo nos chegava dentro de um simples envelope em cujo interior vinha a carta em 2 pequenas páginas de papel de linhas e cor amarelada ou mais modernamente, uma só folha de papel que nao obedece a nenhum tamanho padrão agora em uso. Ou seja:Nem A4,nem A5, muito menos A3. Nao nego as saudades. Das cartas ou de um postal de correio. Tanto que um dia destes escrevo uma carta a alguém com a exigência expressa de ter de me "responder na volta do correio".

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