domingo, 24 de abril de 2011

Boca de ressurreição

As tuas palavras
Provocam-me estremecimentos,
Ó meu poeta, de noites viúvas
E de auroras carregadas de madrigais.

Na tua boca,
Com hálito de jasmins,
Há o repicar festivo
Dos sinos da minha aldeia,
Frescura de rosas orvalhadas
E a serenidade dos lagos.


Boca de ressurreição,
Donde as palavras se soltam mansas
Como andorinhas dos beirais


Nela, eu descubro as minhas próprias palavras
Que, às minhas mãos,
morreram trucidadas,
Selvaticamente, num estertor de ais.


Clarice Silvestre

2 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito!

Estou te seguindo.

Eulalia Goncalves disse...

ok.Obrigada!!se quiser ver mais desta autorta va ao recanto das letras.
abraço