segunda-feira, 4 de abril de 2011

Como se fosse uma carta...

Minha doce mãe costumava dizer-me, depois de uma noite de insónia: Como não dormia pus-me a fazer cartas!
Eu não escrevo cartas, para vencer qualquer insónia: quando muito o que eu desejo será um pouco de tranquilidade , um serenar este coração em bulício, adormecer, talvez, ainda que muito pouco, este cérebro que te memorizou os poros ,que te sabe de cor as inflexões da voz, que insiste em me trazer vivo o sabor das tua boca, e o brilho intenso dos teus olhos pagãos.
Não te sei dizer, não, não sei, as vezes que vens,durante o dia, insinuar-te no meu mundo,num tropel de imagens e palavras,como se de uma obsessão se tratasse e,sem que, aparentemente,eu lhe consiga a cura.
Apesar dos pedidos que faço às aves de Abril, e ao vento sul!!
Pelo menos fica a esperança pois o vento parece dizer num sopro brando :Ha-de passar...ha-de passar...ha-de passar.
E eu,sem crer muito , digo :Ha-de!!!

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