sábado, 23 de abril de 2011

Silencio

Apenas um adejar de asas
Quebra por um momento
O silêncio de mármore
Inteiro e denso.
Apenas nesse momento,
O alivio do sol.
Que cai a prumo
na pele sofrida.
Apenas nesse curto momento,
A garganta se atreve
A uma nota musical
Que vibra solta
Em reverberações de luz.
Por um momento
As minhas veias azuis
Deixam de parecer rotas
De um atlas
Percorrido..

Depois, outra vez o silencio.
Um silencio liquido e salgado,
Que agrilhoa e esmaga.
E vindo de todos os lados
Surges-me, intenso, tu.

Senhor da minha vida.
Omnipotente,
Na tua missão de carrasco...


Clarice Silvestre

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