O corpo, a nossa parte física e tristemente mortal, tem, em termos anatómicos,as mais diferentes formas, sendo que todos somos bonitos ou feios em diferentes gradações.
Isto para falar da anatomia, do que perece, do que herdamos geneticamente,do que não podemos alterar.
Mas, como sabemos, nada é a preto e branco. Os belos que são belos, fisicamente,podem ser vazios de beleza interior e desesperadamente feios,ou mesmo repelentes. E os repelentes, físicamente,se tocados pela "anima",pela beleza interior que lhes dá aquela faisca, aquela centelha espiritual e divina ,tornam-se afinal em seres bonitos seres humanos.
Depois, independentemente destas considerações, existem os cheiros e os sabores que todos os corpos têm. Há corpos a cheirar a tomilho, a alfazema a gengibre. Corpos leves e suaves com cheiro fresco de lavanda; Outros com uma mistura da pimenta e tangerina; Outros cheiram a farinha, a pão acabado de fazer,a erva calcada,a pétalas maceradas,a malte,a trigo ao sol....sei lá!
E há também corpos com diferentes sabores:
Uns sabem a mosto,a giesta,a sal,a algas,a pimenta de Kaena,a açúcar mascavado ,a rosas...
Comanda-nos o coração, na definição do travo. Coração que é alheio à razão,já que esta é cega e levar-nos-ia a definição exacta do travo, qual enólogo ou enófilo ao degustar um vinho. Mais doce, menos doce, mais frutado , menos frutado..
Não mais que isso.
Mas o coração, esse fantástico músculo que bombeia o nosso sangue e ao qual está, desde sempre, afecta a nossa capacidade de amar, esquadrinhada e não visível pela ciência, esse , dizia, define para sempre ,e irremediavelmente, o travo de um corpo que se beija e se quer.
Elegi como o melhor, não perguntem porquê, até porque o beijei de fugida, o travo , único, amargo e doce, de urze e mel.
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